sábado, 19 de julho de 2008

Outros ares do Weezer


Weezer

Disco: Red Album

Ano: 2008

Geffen

11 faixas









Vermelho. Esta é a cor escolhida pelo Weezer para “nomear” seu sexto disco. Cor de sangue, da paixão, enfim, de temas sempre abordados nas letras da banda californiana. O álbum produzido por Rick Rubin e Jacknife Lee surge no mínimo como um desafio para a banda de “superar” o anterior, mediano, “Make Believe” (2005). Uma das alternativas para isso foram as músicas antigas, lado “B”, demos que Rivers Cuomo, vocalista e guitarrista, havia gravado no período de 1992 até 2007, inclusive, lançadas num disco pela Geffen: “Alone: the home recordings of Rivers Cuomo”.

As fórmulas para um bom “single”, para o powerpop do Weezer, funcionam na maioria das vezes. Especialistas em criar refrões grundentos e músicas colegiais, o Weezer possui força tanto para o lado do pop, como o do rock, a lembrar os seus discos: Green Album (2001) ou Maladroit (2002). Ao abrir o disco com “Troublemaker” há a certeza de que ouvimos o velho Weezer, com um espírito um tanto mais teen, voltado para o pop. O primeiro single, “Pork and Beans”, o grupo mais maduro, com melodias que crescem, guitarras sempre impecáveis e toque de piano. Viu como a fórmula deles funciona? Algumas músicas fazem parte de demos antigas, colocadas em novas roupagens, ouça “Dreamin’” e logo compreenda o que é uma música antiga num álbum novo, um pouco de quebra de clima, mas não deixa de ser aquela canção melosa e saudosista que Cuomo talha com carinho.

O Red Album apresenta uma maior interação dos outros integrantes da banda. O baixista Scott Shriner canta “Cold Dark World”, uma canção forte em seu refrão, na companhia da voz de Cuomo, numa instrumentação perfeita; em “Thought I Knew”, é a vez do guitarrista Brian Bell assumir os vocais, uma melodia simples e batida, levada pelo violão, que não apresenta novidade; por fim, o baterista Patrick Wilson canta “Automatic”, um rock meio preso nas suas letras que não estão em sintonia com a melodia?! Há de se comentar que todos são afinados, cantam legal, porém, quando o disco está perto do fim, temos “The angel and the One”, em que os sentimentos de Rivers são colocados para fora numa canção grandiosa e aí surge todo o brilho de sua voz, que dispara na frente dos outros. Aliás, uma música que dispara na frente do álbum, como os próprios integrantes da banda afirmam: “um dia sentei com meu violão e comecei a tocar esta música repetidamente. Meus dedos cortaram tanto, mas eu só continuava a tocá-la” – afirma Patrick Wilson.

Há de se falar também na imprevisível “The Greatest Man That Ever Lived (Variations On A Shaker Hymn)”. Rap (explorado igualmente na animada “Everybody Get Dangerous”) misturado ao powerpop e Queen, nas influenciáveis óperas. Audacioso, o Weezer ainda traz covers de The Band, como faixas bônus. Na versão brasileira, a música “The weight” aparece numa versão um pouco mais rápida, mas bastante fiel à versão original, ao mesmo tempo parece uma canção do Weezer, pelas guitarras e backing vocals. Boas lembranças, bom resgate.

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