domingo, 29 de abril de 2007

A magia de Patrick Wolf


Patrick Wolf
Disco: The Magic Position
Ano: 2007
Loog Records
13 Faixas

O terceiro álbum do jovem Patrick Wolf é encantador. Mostra-nos uma música contemporânea que respeita as influências clássicas (eruditas), sem deixar de lado as batidas eletrônicas ou os ritmos dançantes. O compositor, cantor e multi-instrumentista inglês repete sua dose de misturas musicais em “The Magic Position”. Porém, mais maduro e consciente de sua música e estilo.

Devo admitir que o disco não soou bem à primeira vez que escutei. Pareceu-me tão alegre, tão pop, tão dançante que me desagradou. Mas penso que esta é realmente a proposta do disco. Patrick Wolf, agora com novo visual, ruivo, lança em seus singles justamente músicas mais dançantes, como “Accident & Emergency” ou “Magic Position”. A primeira, embora trata de um tema que fala de terrorismo, traz batida alegre com instrumentos de sopro numa melodia ritmada. Pode parecer meio contraditório, mas é a proposta que deu certo. A segunda é totalmente “pra cima”, como aquelas canções que não saem da sua cabeça. Violinos, bateria, palminhas e refrão compõem a música que dá nome ao disco.


Entretanto, não há apenas músicas do mesmo gênero. O lado sombrio do músico torna-se presente em toda sua obra, e nesta não foi diferente. Diria até que grande parte do disco é composta de músicas lentas e sombrias. Porém, não chegam com a intensidade das outras, que tomam conta do CD, chamando mais atenção. A característica de Wolf sempre foi essa divisão entre melodias calmas que tendem para a música erudita (escutar “Magpie” e “Enchanted”) e as batidas dançantes (escutar “Get Lost”). É impressionante, também, sua habilidade em misturar as duas coisas (escutar “The Stars”). Violino e eletrônica se complementam com facilidade, delicadeza e harmonia que são indescritíveis nas composições do jovem.

Os arranjos e instrumentos estão bem selecionados. São partes do amadurecimento de Patrick que se vê nitidamente no seu terceiro álbum. Há também participações especiais de Marianne Faithfull e Edward Larrikin do Larrikin Love (http://www.myspace.com/larrikinlove), além de contribuições de membros da Orquestra Sinfônica de Viena. As cordas e piano de Wolf aparecem em todas as canções, praticamente. O disco parece mais cheio, robusto, como se fosse de uma banda e não de apenas um músico, comparando-o aos anteriores.


“The Magic Position”, de Patrick Wolf, faz brilhar a nova música, sem preconceitos e com, acima de tudo, qualidade.

My Space de Patrick Wolf: http://www.myspace.com/officialpatrickwolf
Site Oficial: http://www.patrickwolf.com

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Arcade Fire - Capítulo 2




Alguém me explique o que é isso. Para quem nunca viu a banda tocar dentro de um elevador ou tão perto dos fãs.

Aproveitem as ótimas performaces das músicas "Neon Bible" e "Wake Up".

Brilhante.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Arcade Fire - Neon Bible

Banda: Arcade fire
Disco: Neon Bible (2007)

Menger Records

11 faixas







O NB é um bom disco. Porém, falta alguma coisa. E por isso se torna "pior" que o primeiro. Funeral é completo da primeira até a última faixa. Não sinto a continuidade das faixas no segundo.

Acho que faltou algo mais inovador, talvez. Muitas canções do NB retomam os anos 80, não que isso seja ruim, mas é algo que não me agradou no sentido de ter a impressão "já ouvi isso antes". Exemplos: "Black Mirror" e "Keep the car running"

Por outro lado, a banda veio a nos presentear com as ótimas entradas (Intervention) e saídas (My body is a cage) do órgão usado nas músicas. Foi um achado. Arcade Fire combina bem com o som do instrumento.


As canções com Regine desapareceram? -Não! Black Waves/Bad Vibrations está lá para confirmar sua participação (fraca) no disco. Digo fraca pelo maior destaque que mereceria a moça. Cadê suas canções? Esperava um pouco mais de sua voz no disco. Black Waves brilha quando Win começa a cantar..


"Intervention" é a melhor, na minha opinião, e ainda tem cara de "Funeral". Violino, guitarra, baixo, órgão, bateria e a voz de Win: tudo soando maravilhosamente bem. "No cars go" está bonita também, mas senti falta de um violino no final: na versão do NB há um teclado em troca.
E já que "No cars go" aparece no disco, por que não acrescentar também a linda "Cold wind"? Ah, mas isso já é outra discussão.


Para finalizar, o que me chamou atenção foi (Antichrist Television Blues), com letra e ritmo forte, meio Dylan, com violão, palminhas e vocais apressados. E a música que dá título ao disco, "Neon Bible", é sutil, delicada e tem algo que não consigo explicar. Gostei de sua melodia.

Canções mais intimistas, como "My body is a cage" e "Ocean of Noise", tentam recriar aquele clima meio "Crown of love". Além disto, percebi, nas letras, críticas diretas e indiretas à vida americana, à guerra santa e à MTV(!?) (ouvir "Windowsill" e Antichrist Television Blues). Acho um fator positivo, que demonstra a visão de um novo Arcade Fire, que não fez feio nesse CD.