quinta-feira, 21 de junho de 2007

Coco and Rosie



CocoRosie
Disco: The Adventures of Ghosthorse and Stillborn
Ano: 2007
Touch and Go Records
12 Faixas





Às vezes me pergunto se tenho um gosto realmente diferenciado.

As irmãs, Sierra Rose Casady “Rosie” e Bianca Leilani Casady “Coco”, que formam o CocoRosie, estão além de uma dupla freak folk. Digo isto porque não há limites para a criação em suas músicas. As batidas de hip-hop (beat-box), aliada aos mais diversos instrumentos que você possa imaginar, levam-nos aos mais variados campos, antes nunca explorados. Se existe música moderna original?! CocoRosie prova-nos que sim. E, acima de tudo, com qualidade. A dupla, no seu terceiro disco, Adventures of Ghosthorse and Stillborn, firma sua carreira.




É um som de difícil definição. Inicialmente, em 2003, as irmãs criavam uma música independente dentro de um apartamento. Seu primeiro disco, La Maison De Mon Revê, mostrava o som das inocentes CocoRosie: com um violão, piano, brinquedinhos de criança e duas vozes extremamente marcantes, nascia o propósito da dupla. Fazer arte com o que tinham: era isso. Suas gravações caseiras, misturadas a um certo bucolismo e melancolia nas músicas, trazem lembranças do bom Blues e Folk. Temos um romantismo exacerbado, característica que envolve a banda até atualmente, assim como canções belíssimas que nos fazem lembrar a infância em melodia doce. Mais tarde, em 2005, no segundo álbum, Noah's Ark, temos um CocoRosie mais seguro, maduro, e pronto para o mundo. Suas gravações estão em melhor qualidade, porém, é o mesmo espírito que move a banda. Nota-se claramente as influências de Opera, por parte de Sierra, e o Hip-Hop, de Bianca. O Noah’s Ark só vem a acrescentar e a voz de Bianca (“Coco”) torna-se reconhecida, (embora, para muitos, estranha) transformando-se em sinônimo da banda.




No seu mais recente disco, Adventures of Ghosthorse and Stillborn, o duo continua a crescer em idéias e experimentalismo. Parece um disco mais “alegre”, com ritmos mais dançantes encontrados logo nas primeiras faixas. Mas não o é. As músicas caem num tom meio depressivo, trazendo baladas com batidas eletrônicas, teclado e, claro, a voz inesquecível de Bianca. A garota “Coco” tem um canto diferente, que consegue encaixar-se tanto nas músicas mais lentas e românticas (ouvir Raphael e Werewolf), quanto nas mais pulsantes e ritmadas (ouvir Rainbowarriors e Japan). Impressionante o experimentalismo que encontramos nesta última. Japan é um reggae! Sim... mas, lá pelo meio tudo pára e ouvimos o canto lírico de Sierra “Rosie”. Mas que diabos?! Isto é CocoRosie! Esperemos mais o que?



É de chamar a atenção, também, a voz de Sierra, que é limpa e suave. Parece bem o oposto da voz de sua irmã. E as duas se combinam e complementam nas várias canções do álbum. O disco fala, às vezes, de um mundo dos sonhos, muito da infância e adolescência das duas (bom dizer que os brinquedinhos de criança não foram esquecidos, aparecem aqui e ali), e, por fim, de experiências introspectivas e românticas. A paz que se encontra neste trabalho é de outro mundo. Fato que comprova um CocoRosie ligado às suas raízes. Mesmo com batidas eletrônicas, ou hip-hop, sempre temos o piano de Sierra para nos desmancharmos em sentimentos. Os opostos caem extremamente bem. E isto faz a glória das irmãs.



site oficial: http://www.cocorosieland.com/