quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Hot Chip no TIM


TIM Festival - 26/10/2007 - Rio de Janeiro



A banda Hot Chip, considerada, no cenário do novo rock, como new rave, fez jus à característica que os críticos lhe empregaram. Na tenda, muitos dançavam e se divertiam com as batidas eletrônicas. As músicas ao vivo pareciam ser mais extensas. Eles abriram o show com “And I was a boy from school…” e deram início ao repertório variado, para todos os gostos. O som das batidas estava muito alto e dava-nos a sensação de estarmos presentes numa festa eletrônica, com o show de luzes e pessoas se deixando levar pelas pulsações.
Mesmo sendo algo bem eletrônico, o Hot Chip apimentava o som com guitarra e percussões. Um show realmente animado, diferente do CD, que parece morto, às vezes. Deu até vontade de dançar ao som de “Over and over”. As músicas se emendavam e os caras no palco se moviam sem jeito, numa dança tímida e maluca, típicas deles. Foram, aproximadamente, 50 minutos de show. Pois, é bem verdade que a maioria das pessoas ali esperava a próxima banda: o Arctic Monkeys*.

*próximo show a ser comentado aqui, aguardem.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Antony and the Johnsons + Björk no TIM

TIM Festival - 26/10/2007 - Rio de Janeiro





O piano de calda no palco não deixou dúvidas de que o primeiro a subir seria Antony. Com seu visual andrógino, descabelado e todo vestido de preto, ele aparece. Sua banda, composta por dois violinos, um baixo e um violoncelo, completam o visual dark: todos de preto para combinar?! O cantor inglês parece todo tímido, mas logo se solta com sua voz, ao piano. A pouca iluminação é para que o clima nos envolva melhor. Mas parece que não adiantava, pessoas conversavam do começo ao fim da apresentação. Antony, contudo, era bastante aplaudido entre as músicas. “Fistful of love”, “Cripple and the starfish” e “You are my sister” foram algumas das músicas mais esperadas e, muito bem executadas, fizeram parte de um repertório não muito extenso. Um show tipicamente acústico deixou a desejar pela falta de volume do piano tocado por Antony e, talvez, pela ausência de uma bateria em algumas músicas. A voz de Antony, todos concordaram, era realmente maravilhosa ao vivo. Prova disso foi o final com “Hope there’s someone”. Sua voz ecoava pela tenda e todos ficavam atônitos. Hegarty desejou-nos bom show (da Björk) e disse que talvez subiria no palco para cantar com a islandesa. Sabia que todos queriam Björk e o lugar não era tão apropriado para seu show. Foram apenas quarenta minutos de apresentação.


A musa Björk era muito esperada. Estava rodeado de fãs. No palco, começavam as mudanças. O cenário da cantora é todo enfeitado de bandeiras, com telões e equipamentos pesados. Sapos, peixes e outros animais estavam estampados na decoração tribal/oriental. A ansiedade tomou conta do público, que gritava seu nome. Quem primeiro apareceu foi o grupo de metais, composto por dez islandesas, todas maquiadas e vestidas no estilo “Volta”. Tocavam uma introdução, caminhando para o canto direito do palco. Nessa hora o público ia ao delírio. O restante do grupo foi entrando, dando corpo a música. Havia bateria, lap-tops e teclados. Quando Björk entra com “Earth Intruders”, ouve-se apenas os gritos da multidão que cantava. A pequena estava no seu vestido dourado reluzente de plástico, descalça e com sua coroa na cabeça. A partir de então começava o espetáculo. Björk ia de um lado para o outro, enquanto o público dançava o ritmo tribal. E tudo se tornava mágico com sua interpretação a cada música. O show passou não só a explorar seu último disco, mas canções de toda sua carreira como cantora solo. “Hunter” foi enigmática e assustadora. “Unravel” me pegou pelo pescoço, puxou-me para outra dimensão e me fez chorar. “I miss you” e “Army of me” foram cantadas em coro por todos que estavam ali. “Pagan Poetry”, mais do que linda, tornou-se destaque na apresentação. Björk ria, fazia carinha de bruxa, dançava e dizia “obrigado”, em português mesmo. Os lasers verdes, a espuma branca que ela soltava da mão, a incrível sonoridade e estilo do “reactable*”, unida ao pique do DJ björkiano, e as islandesas sempre acompanhando as músicas, não saíram de minha cabeça ainda. “Wanderlust” teve maravilhosa apresentação também.


Até ali Antony não apareceu, nem apareceria, pois estava no palco das Divas. Mas a pequena islandesa por si só deu um show à parte. Em uma hora e meia de show, não acreditávamos que tudo havia acabado. Mas Björk voltou para o “grand finale”. Uma música que valeu por mil: “Declare Independence” compôs o Bis. A cantora apresentava a banda e agradecia muito, enquanto as meninas islandesas formavam um círculo em torno da musa. “Declare Independence” tem um ritmo forte, crescente e eletrônico e todos se uniam num ritual cego, cantando e pulando. Lembrava uma festa rave. Pedaços de papeis luminosos jorravam do palco e o público enlouquecia. Era uma noite de festa e tudo acabou como num sonho.



FOTOS:

*Reactable



- Björk, em "Declare Independence", cantando "raise your flag!!!"


Cheguei!





Cheguei ontem de viagem. Fui ao Tim Festival. Pretendo contar como foi lá pelo Rio. Estou escrevendo tudo, aguradem.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

PJ Harvey
Disco: White Chalk
Ano: 2007
Island Records
11 faixas






Pianos e mais pianos é o que encontramos em White Chalk, de PJ Harvey. O instrumento torna-se centro da maioria das canções, exibindo o lirismo, delicadeza e harmonia na música da cantora e compositora.

Este é o oitavo álbum de estúdio de Polly Jean Harvey. Em White Chalk, PJ mostra que não tem medo de inovar. Por estar aprendendo um novo instrumento (piano), pôde dar asas a sua imaginação, declarou. E decidiu aplicá-lo em quase todas a músicas de seu novo trabalho. O peso das guitarras, que outrora fora o forte de Harvey, desaparece nesse disco, dando lugar a melodias mais intimistas e melancólicas.


Ao começar, temos a voz superafinada e suave de PJ. O piano e a bateria ritmados compõe a primeira faixa, “The Devil”. As letras tendem para um lado obscuro da cantora, percebe-se somente pelos nomes das canções. Não que isso seja uma novidade em seu trabalho, mas desta vez é algo que abraça o disco por completo. “Dear Darkness” é um bom exemplo, no qual a voz sussurrada, a bateria delicada e o piano dedilhado dão clima soturno à música. “Grow grow grow” surge misteriosa e desvenda seus segredos lá pelo meio. Faz lembrar Regina Spektor, com viagens ao piano. “When Under Ether”, o primeiro single do disco, remete-nos à lembrança de “It is desire?”, álbum de 1998, da cantora numa ótima fase. E esta faixa, por mais simples que pareça, tem força tremenda na voz e composição de PJ Harvey.

“White Chalk”, faixa que dá nome ao CD, é bucólica, com seus banjos, violão, percussão e vocais. Característica nova, de certo modo, no trabalho de PJ. Parece com muitas bandas novas, talvez influentes, do novo folk misturado a mil e um estilos, citando Joanna Newsom, Cocorosie e Jenny Lewis. Porém, o sombrio continua a rondar PJ Harvey, que se esconde sua voz por trás de efeitos nessa faixa. Seguem “Broken Harp” e “Silence”. Na primeira, bastante intimista, ouve-se harpa. Na segunda, temos piano e harmônica. A multiinstrumentista PJ ainda experimenta em “To Talk To You” algo sem muita linearidade, entretanto, esta música absorve bem o espírito do disco, onde encontramos um poço sem fim de imaginação. E, se estamos em eterna viagem, sobra uma homenagem ao instrumento que nos proporcionou isto. Em “The piano” , uma das faixas mais belas do álbum, há tudo e mais um pouco. PJ exclama: “Oh God, I miss you”. E há lembranças de tempos antigos da carreira da moça, se ouvir com atenção, sua voz está entre o(s) antigo(s) e o novo trabalho, o mesmo se encontra na composição da música.


“Before Departure” dá continuidade ao poço de imaginação. PJ já se despede, em tom melancólico. Bateria comportada e ótimos vocais de fundo. Chegamos ao fim com “The Mountain”. Aqui se concentra o diferencial da cantora, que transforma sua voz. E também nos presenteia com um belo piano. O clima é cheio e pesado, como numa solidão profunda. E no final, depois que tudo passou, gritos. Nada melhor do que gritos.

O que PJ desejou com isso? Talvez seja seu estranhamento. De uma experiência nova nasce a cantora. E tudo está escuro. Os gritos são para aqueles que não acreditavam em seu trabalho. Mas, acima de tudo, é um grito interior.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Novo disco do Radiohead


Quanto você pagaria numa música do Radiohead? Não sabe?

Bom, o novo disco da banda, "In Rainbows", estará disponível para download no site oficial www.radiohead.com , a partir do dia 10 de outubro. Mas não se trata somente disto. O preço das músicas você escolhe.

A história é resultado disto: o contrato com a gravadora teve seu fim. E agora? Ocorreram boatos que não haveria mais CDs. Thom Yorke anunciou que esta seria uma boa idéia: lançar músicas na internet, ou EPs. Porém, ano passado o Radiohead fez alguns shows, mostrando músicas novas. A gravação de um disco estava garantida, todos felizes!



Demorou. Mas o sétimo disco está completo. E vieram perguntas novamente: Quando será lançado o disco? E a gravadora, qual será? Por parte dos integrantes, nada de muita preocupação com isso. A estréia ficaria para 2008.

A surpresa veio quando num belo dia o guitarrista Johnny Greenwood anunciou no site oficial do grupo que o CD será lançado já neste mês. Está certo que não é um CD, mas, sim, as músicas do disco novo para download. Agora, algo com encarte, gravado, assinado, com fotografias e ficha técnica terá outra data de lançamento: dia 3 de dezembro. E esta vem numa versão especial, em vinil e compact disc e um segundo disco multimídia, com faixas bônus. A compra poderá ser feita também no site. O download custa quanto você quiser pagar. O trabalho com vinil e CD custarão 40 libras.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Passando para dar notícias.

Aulas, provas, cabeça em outro lugar, enfim, estive pensando em postar algo diferente e não tomei coragem. Em breve, mais resenhas.