sexta-feira, 5 de outubro de 2007

PJ Harvey
Disco: White Chalk
Ano: 2007
Island Records
11 faixas






Pianos e mais pianos é o que encontramos em White Chalk, de PJ Harvey. O instrumento torna-se centro da maioria das canções, exibindo o lirismo, delicadeza e harmonia na música da cantora e compositora.

Este é o oitavo álbum de estúdio de Polly Jean Harvey. Em White Chalk, PJ mostra que não tem medo de inovar. Por estar aprendendo um novo instrumento (piano), pôde dar asas a sua imaginação, declarou. E decidiu aplicá-lo em quase todas a músicas de seu novo trabalho. O peso das guitarras, que outrora fora o forte de Harvey, desaparece nesse disco, dando lugar a melodias mais intimistas e melancólicas.


Ao começar, temos a voz superafinada e suave de PJ. O piano e a bateria ritmados compõe a primeira faixa, “The Devil”. As letras tendem para um lado obscuro da cantora, percebe-se somente pelos nomes das canções. Não que isso seja uma novidade em seu trabalho, mas desta vez é algo que abraça o disco por completo. “Dear Darkness” é um bom exemplo, no qual a voz sussurrada, a bateria delicada e o piano dedilhado dão clima soturno à música. “Grow grow grow” surge misteriosa e desvenda seus segredos lá pelo meio. Faz lembrar Regina Spektor, com viagens ao piano. “When Under Ether”, o primeiro single do disco, remete-nos à lembrança de “It is desire?”, álbum de 1998, da cantora numa ótima fase. E esta faixa, por mais simples que pareça, tem força tremenda na voz e composição de PJ Harvey.

“White Chalk”, faixa que dá nome ao CD, é bucólica, com seus banjos, violão, percussão e vocais. Característica nova, de certo modo, no trabalho de PJ. Parece com muitas bandas novas, talvez influentes, do novo folk misturado a mil e um estilos, citando Joanna Newsom, Cocorosie e Jenny Lewis. Porém, o sombrio continua a rondar PJ Harvey, que se esconde sua voz por trás de efeitos nessa faixa. Seguem “Broken Harp” e “Silence”. Na primeira, bastante intimista, ouve-se harpa. Na segunda, temos piano e harmônica. A multiinstrumentista PJ ainda experimenta em “To Talk To You” algo sem muita linearidade, entretanto, esta música absorve bem o espírito do disco, onde encontramos um poço sem fim de imaginação. E, se estamos em eterna viagem, sobra uma homenagem ao instrumento que nos proporcionou isto. Em “The piano” , uma das faixas mais belas do álbum, há tudo e mais um pouco. PJ exclama: “Oh God, I miss you”. E há lembranças de tempos antigos da carreira da moça, se ouvir com atenção, sua voz está entre o(s) antigo(s) e o novo trabalho, o mesmo se encontra na composição da música.


“Before Departure” dá continuidade ao poço de imaginação. PJ já se despede, em tom melancólico. Bateria comportada e ótimos vocais de fundo. Chegamos ao fim com “The Mountain”. Aqui se concentra o diferencial da cantora, que transforma sua voz. E também nos presenteia com um belo piano. O clima é cheio e pesado, como numa solidão profunda. E no final, depois que tudo passou, gritos. Nada melhor do que gritos.

O que PJ desejou com isso? Talvez seja seu estranhamento. De uma experiência nova nasce a cantora. E tudo está escuro. Os gritos são para aqueles que não acreditavam em seu trabalho. Mas, acima de tudo, é um grito interior.

2 comentários:

Rodrigo Colares disse...

disco muito bom.

a mulher é talentosa.

Mr. Benê disse...

Nunca escutei antes =/
desculpa a ignorancia "Brimo" ...
parece interessante!
vou ver qual que é desse album aí!
.. sempre em busca de coisas novas!
posso fazer um pedido?
JOE COCKER , te gustas?
.. tô numa fase agora meio que, manja logo depois que vc mata o primeiro chefão do mario 1? Brincadeira... to numa fase meio JOE COCKER.... sei lá akela música "A Little help from my friends" me deu uma sensação nostálgica gostosa rapaz, lembrando dakele seriado famoso, "ANOS INCRIVEIS" .. fascinei no cara agora!