terça-feira, 30 de outubro de 2007

Antony and the Johnsons + Björk no TIM

TIM Festival - 26/10/2007 - Rio de Janeiro





O piano de calda no palco não deixou dúvidas de que o primeiro a subir seria Antony. Com seu visual andrógino, descabelado e todo vestido de preto, ele aparece. Sua banda, composta por dois violinos, um baixo e um violoncelo, completam o visual dark: todos de preto para combinar?! O cantor inglês parece todo tímido, mas logo se solta com sua voz, ao piano. A pouca iluminação é para que o clima nos envolva melhor. Mas parece que não adiantava, pessoas conversavam do começo ao fim da apresentação. Antony, contudo, era bastante aplaudido entre as músicas. “Fistful of love”, “Cripple and the starfish” e “You are my sister” foram algumas das músicas mais esperadas e, muito bem executadas, fizeram parte de um repertório não muito extenso. Um show tipicamente acústico deixou a desejar pela falta de volume do piano tocado por Antony e, talvez, pela ausência de uma bateria em algumas músicas. A voz de Antony, todos concordaram, era realmente maravilhosa ao vivo. Prova disso foi o final com “Hope there’s someone”. Sua voz ecoava pela tenda e todos ficavam atônitos. Hegarty desejou-nos bom show (da Björk) e disse que talvez subiria no palco para cantar com a islandesa. Sabia que todos queriam Björk e o lugar não era tão apropriado para seu show. Foram apenas quarenta minutos de apresentação.


A musa Björk era muito esperada. Estava rodeado de fãs. No palco, começavam as mudanças. O cenário da cantora é todo enfeitado de bandeiras, com telões e equipamentos pesados. Sapos, peixes e outros animais estavam estampados na decoração tribal/oriental. A ansiedade tomou conta do público, que gritava seu nome. Quem primeiro apareceu foi o grupo de metais, composto por dez islandesas, todas maquiadas e vestidas no estilo “Volta”. Tocavam uma introdução, caminhando para o canto direito do palco. Nessa hora o público ia ao delírio. O restante do grupo foi entrando, dando corpo a música. Havia bateria, lap-tops e teclados. Quando Björk entra com “Earth Intruders”, ouve-se apenas os gritos da multidão que cantava. A pequena estava no seu vestido dourado reluzente de plástico, descalça e com sua coroa na cabeça. A partir de então começava o espetáculo. Björk ia de um lado para o outro, enquanto o público dançava o ritmo tribal. E tudo se tornava mágico com sua interpretação a cada música. O show passou não só a explorar seu último disco, mas canções de toda sua carreira como cantora solo. “Hunter” foi enigmática e assustadora. “Unravel” me pegou pelo pescoço, puxou-me para outra dimensão e me fez chorar. “I miss you” e “Army of me” foram cantadas em coro por todos que estavam ali. “Pagan Poetry”, mais do que linda, tornou-se destaque na apresentação. Björk ria, fazia carinha de bruxa, dançava e dizia “obrigado”, em português mesmo. Os lasers verdes, a espuma branca que ela soltava da mão, a incrível sonoridade e estilo do “reactable*”, unida ao pique do DJ björkiano, e as islandesas sempre acompanhando as músicas, não saíram de minha cabeça ainda. “Wanderlust” teve maravilhosa apresentação também.


Até ali Antony não apareceu, nem apareceria, pois estava no palco das Divas. Mas a pequena islandesa por si só deu um show à parte. Em uma hora e meia de show, não acreditávamos que tudo havia acabado. Mas Björk voltou para o “grand finale”. Uma música que valeu por mil: “Declare Independence” compôs o Bis. A cantora apresentava a banda e agradecia muito, enquanto as meninas islandesas formavam um círculo em torno da musa. “Declare Independence” tem um ritmo forte, crescente e eletrônico e todos se uniam num ritual cego, cantando e pulando. Lembrava uma festa rave. Pedaços de papeis luminosos jorravam do palco e o público enlouquecia. Era uma noite de festa e tudo acabou como num sonho.



FOTOS:

*Reactable



- Björk, em "Declare Independence", cantando "raise your flag!!!"


Um comentário:

Unknown disse...

ai eu ainda acho que foi um sonho
que n queria acordar!

sua resenha ta mt boua
!
;*