terça-feira, 10 de julho de 2007

Silverchair
Disco:Young Modern
Ano: 2007
Eleven/Atlantic Records
11 Faixas




Segundo Daniel Johns, vocalista e guitarrista do Silverchair, a banda encontrou neste quinto álbum sua verdadeira sonoridade. Young Modern é intenso, bem trabalhado e, por fim, soa como uma obra completa, pois passeia pelas várias vertentes do Rock e da carreira do grupo.

O álbum realmente surpreende para uma banda que estava parada há mais ou menos quatro anos. Daniel Johns, Chris Joannou e Ben Gillies, depois das férias, entregaram-se a um som cada vez mais ousado do Silverchair. Não se trata apenas de uma continuação do Diorama, disco lançado em 2002, mas de uma evolução e descoberta de caminhos próprios, que vão desde a voz mutável de Daniel, até os diversos estilos (rock, pop, blues e eletrônico) que adentram o álbum.



O Young Modern abre com uma música (Young Modern Station) que começa eletrônica, punk e, por fim, chega ao pop, afinal, é assim que se pode definir esta composição que está recheada de guitarras pesadas e de vocais doces: Silverchair está de volta! Logo após, Straight Lines surge como uma balada romântica, primeiro single do disco, ao som de pianos e um refrão bem Coldplay, ao longe se escuta uma orquestra, reflexos de Diorama?! – Sim! É só começar a terceira faixa para notarmos a orquestra tão esperada para uns e tão estranha para outros. Em If You Keep Losing Sleep a casa cai. Aqui está o som. Aproveite, ria e se delicie: a criatividade flui tanto que não se sabe onde a canção vai parar. Já a quarta faixa,Reflections of a Sound, está mais para uma balada romântica, mostrando-nos a diversidade existente no disco.

Mas é na quinta música do Young Modern que está o ápice de tudo. Those Thieving Birds (Part 1) / Strange Behaviour / Those Thieving Birds (Part 2), três músicas em uma, o Silverchair se resume nesta que está mais para uma sinfonia. Delicada na primeira parte; com um superarranjo orquestrado, na segunda, cheio de guitarra, bateria e baixo pulsantes, chega a ser impressionante; na terceira voltamos aos belos vocais de Daniel que se transformam em cada momento da música.



Depois seguem músicas divertidas como That Man That Knew Too Much e Waiting All Day, esta última com direito a uma guitarra meio caribenha no começo. Enfim, são boas canções, com ótimos refrões e melodias. Ao chegar em Mind Reader, o cenário muda. A influência de Blues aparece,com uma voz totalmente alterada de D. Johns. Piano e guitarra fazem algo parecido com Lenny Kravitz?! Mas logo o Grunge fala mais forte e faz Johns gritar: “Don’t know what you want/ don’t know what you want/ No I’m not a mind reader baby, come on!”.

Temos ainda Low, outra boa canção que explora guitarras com slide, muito piano e sintetizador. Insomnia segue num ritmo mais pesado, mas nada que impressione muito depois de tantas canções encantadoras. Para finalizar com chave de ouro, surge All Across The World, canção que lembra o psicodelismo de Beatles, com algo enigmático na melodia, e um refrão que marca pela beleza. A orquestra dá um toque especialíssimo no final e tudo acaba serenamente. O trio poderá dormir tranqüilo, pois seu trabalho continua digno de uma grande banda.

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