segunda-feira, 2 de abril de 2007

Arcade Fire - Neon Bible

Banda: Arcade fire
Disco: Neon Bible (2007)

Menger Records

11 faixas







O NB é um bom disco. Porém, falta alguma coisa. E por isso se torna "pior" que o primeiro. Funeral é completo da primeira até a última faixa. Não sinto a continuidade das faixas no segundo.

Acho que faltou algo mais inovador, talvez. Muitas canções do NB retomam os anos 80, não que isso seja ruim, mas é algo que não me agradou no sentido de ter a impressão "já ouvi isso antes". Exemplos: "Black Mirror" e "Keep the car running"

Por outro lado, a banda veio a nos presentear com as ótimas entradas (Intervention) e saídas (My body is a cage) do órgão usado nas músicas. Foi um achado. Arcade Fire combina bem com o som do instrumento.


As canções com Regine desapareceram? -Não! Black Waves/Bad Vibrations está lá para confirmar sua participação (fraca) no disco. Digo fraca pelo maior destaque que mereceria a moça. Cadê suas canções? Esperava um pouco mais de sua voz no disco. Black Waves brilha quando Win começa a cantar..


"Intervention" é a melhor, na minha opinião, e ainda tem cara de "Funeral". Violino, guitarra, baixo, órgão, bateria e a voz de Win: tudo soando maravilhosamente bem. "No cars go" está bonita também, mas senti falta de um violino no final: na versão do NB há um teclado em troca.
E já que "No cars go" aparece no disco, por que não acrescentar também a linda "Cold wind"? Ah, mas isso já é outra discussão.


Para finalizar, o que me chamou atenção foi (Antichrist Television Blues), com letra e ritmo forte, meio Dylan, com violão, palminhas e vocais apressados. E a música que dá título ao disco, "Neon Bible", é sutil, delicada e tem algo que não consigo explicar. Gostei de sua melodia.

Canções mais intimistas, como "My body is a cage" e "Ocean of Noise", tentam recriar aquele clima meio "Crown of love". Além disto, percebi, nas letras, críticas diretas e indiretas à vida americana, à guerra santa e à MTV(!?) (ouvir "Windowsill" e Antichrist Television Blues). Acho um fator positivo, que demonstra a visão de um novo Arcade Fire, que não fez feio nesse CD.

Um comentário:

Wallace Ramos disse...

Ainda preciso dizer que foi uma das melhores críticas do Neon Bible que eu li? Ok, parabéns! Quanto à Régine, ainda acho que ela exerce um papel fundamental no disco. Em "The Well and the Lighthouse" e "Black Mirror" por exemplo, quando ela entra como se fosse uma bruxa profética sentenciando uma maldição, dá um peso enorme para a música. Que com certeza não seria a mesma coisa sem a voz dela, mesmo que apenas restrita à dois ou três versos.