
Hot Chip
Disco: Made in the Dark
Ano: 2008
EMI, DFA, Astralwerks
13 Faixas
Dentre as bandas eletropop, que às vezes embalam a onda “New Rave”, está o Hot Chip, lançando seu terceiro disco “Made in The Dark”. Adentrando sua passagem tímida pelo Tim Festival 2007, num período meio conturbado para a banda que estava em fim de turnê, verificou-se a incógnita que seria o disco. Se, ao explorar músicas mais intimistas no segundo disco, “The Warning”, continuariam num caminho a fundo com músicas minimalistas ou haveria surpresas para o novo álbum.
Veio “Made in The Dark”, ao contrário, a explorar músicas maximalistas, na maior parte do disco, como afirma o próprio Alexis Taylor, cantor, líder da banda. Algumas influências, citadas por ele, chegam ao Heavy Metal, Prince, Beatles. Apesar disso, o techno alemão é bem perceptível nas faixas deste disco. Guitarras estão mais visíveis e compõe algumas baladas como a canção homônima “Made in the dark”. E se há algo que o Hot Chip sabe criar bem são os climas recheados de vocais, teclados e compassos lentos. Vemos no disco músicas como “We’re Looking for a Lot of Love”, “Whistle for Will” e “In the Privacy of our Love”, compondo a metade mais melancólica e lenta, baladas que Taylor diz adorar. Estas remetem aos anos 80, por vezes, ou de influências radioheadianas.
Entretanto, vamos à parte mais excêntrica, que integra o disco em maioria. “Out at the Pictures”, faixa que abre o disco, é animada, refletindo que o Hot Chip é, sim, o dono da festa. O primeiro single, “Shake a Fist”, começa com batidas dark, e elementos não muito comuns na banda. Atinge pelo meio batidas eletrônicas fortes, possivelmente tiradas do funk carioca. “Ready for the Floor” foi o segundo single mais pop de todos que alcançou a sexta posição na “UK singles Chart”. De certa forma, a música define o que se chama eletropop, deriva de lados românticos e eletrônicos.
Músicas mais “maduras” aparecem, como “Touch too Much”, a própria “Made in the Dark”, “One pure Thought”, que puxa para o brit pop, ao começo e logo fica dançante. Um caso a parte aparece em “Wrestlers”, música em parceria com o LCD Soundsystem, que é no mínimo curiosa, pela sua letra cantada de forma rápida, teclados que surgem pelo meio e pelo tom pop, sem cair na mesmice. “Hold On”, faixa de seis minutos, define o por quê da new rave. Animada, criativa, dançante, ao passear pelas vertentes propostas.
“Made in the Dark”, enfim, define-se como um bom disco de eletropop, com faixas que cairiam bem numa festa eletrônica. Apesar das influências citadas, está compactado num formato que o Hot Chip propõe desde o início. Embora, para a música como um todo na carreira da banda, restringe-se, por vezes, em seus mecanismos ao compor.